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Patrimônio musealizado e museologia social: duas faces da memória no RS

“Os museus guardam símbolos de nossa memória, por isso é grande o compromisso com a preservação dos acervos musealizados”, afirmou Luciana Palmeira, museóloga do Ibram, durante palestra hoje (22) sobre riscos ao patrimônio de museus, em Porto Alegre (RS), durante segundo dia do do Conexões Ibram.

Foi apresentando um panorama dos 10 principais riscos ao patrimônio musealizado brasileiro, a partir de levantamento do Departamento de Processos Museais (DPMUS/Ibram), e as formas da instituição se precaver ou minimizar possíveis danos.

Já Andrea Bachettini, do departamento de Museologia, Restauro e Conservação da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), apresentou a proposta do Comitê Regional do Escudo Azul RS – programa internacional em torno da salvaguarda e proteção de bens culturais, presente no Brasil e em diversos países.

Memórias das identidades

Mesa dos Pontos de Memória

A segunda mesa tratou do programa Pontos de Memória, que reconhece e premia iniciativas em torno de propostas que dialogam com a museologia social. Atualmente, o Ibram tem mapeados mais de 150 pontos de memória no Brasil, tanto incentivados pelo programa do Ibram quanto outras iniciativas.

Segundo Marcelle Pereira (foto), coordenadora de Museologia Social e Educação do Ibram, os pontos de memória são “museus comunitários, ecomuseus, iniciativas de memória ligadas a matrizes culturais, que possuem vínculo comunitário, e não se sintam contemplados com a ‘narrativa histórica’ de museus ditos tradicionais”, conceitua.

A historiadora Claudia Feijó contextualizou os pontos de memória no Rio Grande do Sul. Coordenadora geral do Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro, apresentou um dos projetos levados a cabo: Patrimônio Inventariado e Itinerários Culturais da Lomba do Pinheiro.

Em um mapa, foram relacionados 26 vilas e comunidades como forma de “aproximação da comunidade ao patrimônio da região”, que se integra a uma proposta de turismo comunitário – chamada de Lombatur. Assista o programa Conhecendo Museus sobre a Lomba do Pinheiro e saiba mais sobre a iniciativa.

Texto e foto: Ascom/Ibram

Legislação de museus em debate no Conexões Ibram RS

A implantação de um Fundo Estadual de Cultura e o fortalecimento do Sistema Estadual de Museus do RS foram citados como práticas que estão coordenadas com o Plano Nacional Setorial para Museus (PNSM) e o Plano Nacional de Cultura (PNC). O tema foi abordado ontem (21) em palestra do projeto Conexões Ibram, em Porto Alegre.

Mesa do Plano Nacional Setorial de Museus

“É preciso que o setor de museus tenha conhecimento sobre o espaço que ocupa na política cultural no seu estado ou município”, apontou Patrícia Albernaz (foto), da coordenação de Difusão e Desenvolvimento de Parcerias do Ibram/MinC. “O Conexões Ibram quer fazer essa ponte e estimular a aproximação”.

Alice Bemvenutti, diretora do Museu do Trem, e também representante da sociedade civil no Colegiado Setorial de Museus RS, lembrou que “pensar na profissionalização também significa incluir os museus e seus profissionais. O museu tem que abrir as portas para começar a mudar – os avanços acabam por vir com esforço”, acredita.

Ainda em torno da legislação de museus, recentemente compilada em publicação pela Câmara dos Deputados, Ana Maltez, ligada ao Departamento de Processos Museais do Ibram, apresentou em linhas gerais do Estatuto de Museus (Lei nº 11.904).

Já válido para os museus federais, o estatuto deve estar sendo cumprido por todos os museus brasileiros até 2014. “É necessário que o setor se aproprie e tome conhecimento do estatuto e sua regulamentação posterior – que trará, inclusive, esclarecimentos conceituais”, explicou Ana Maltez. A regulamentação do Estatuto de Museus está em processo final de análise e deve seguir para sanção presidencial. Já Simone Monteiro, assessora técnica do Sistema Estadual de Museus do RS ressaltou o papel do estado na construção do estatuto de museus e da formulação da lei, e traçou uma breve análise sobe a situação da sua implantação no RS.

Texto e foto: Ascom/Ibram

Ibram aposta em novo sistema para melhor comunicação com museus brasileiros

Karla Uzeda, chefe do Cadastro Nacional de Museus (CNM/Ibram), apresentou a proposta do projeto iMuseus na primeira palestra do Conexões Ibram hoje (21) em Porto Alegre (RS).

Mesa iMuseus – Conexões RS

O projeto consiste em disponibilizar informações de qualidade “sobre os museus e para os museus”.

Além dos dados que constam no Informativo Temático RS, com um recorte da publicação Museus em Números sobre a realidade do estado, Uzeda (foto) falou ainda sobre o novo sistema que o Ibram desenvolve para as instituições museais.

“O novo cadastro vai possibilitar uma busca ágil por informações, além de permitir exportação de dados, geração de gráficos etc, ampliando o acesso de pesquisadores e interessados na área”, esclareceu. Ainda não há data para o nova versão do CNM entrar no ar.

A professora da Universidade Federal do RS (UFRGS), Ana Maria Dalla Zen também participou da mesa e apresentou o projeto de pesquisa Caminhos dos Museus –  proposta de integrar os museus às rotas turísticas gaúchas. “Para que essa integração aconteça, contudo, é preciso que o museu esteja funcionando, de portas abertas para o público”, afirmou.

Noris Leal, professora do curso de Museologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), mediou o debate e lembrou da importância dos fóruns estaduais e nacionais de museus e um maior conhecimento sobre a Carta do Rio Grande, produzida no 8º Fórum Estadual de Museus (2002), pois “muito daquela carta precisa ser implantado ainda”.

Texto e foto: Ascom/Ibram